Consegui
parar por cerca de 1 hora e 43 minutos, logo consegui pensar e refletir sobre o
que desejo pra 2015: aceitar a simplicidade.
Eu
sou dessas pessoas que batem no peito e discursam lindamente sobre a
simplicidade, mas quando vejo um delivery de comida estrangeira tenho orgasmos.
Eu
reclamo, reclamo, reclamo e reclamo mil vezes da cidade grande e sua grosseria,
mas começo a tremer quando o wifi do banco não pega. Não planto uma mudinha de
árvore e tenho opinião formada sobre tudo mesmo não
sabendo de nada.
Boa
cerveja, bom vinho, boa comida, bom café, bom salário, boas fotos, boas roupas,
bons empregos, boas fotos, bons papos, boas culturas. Viver na cidade grande me
fez sempre buscar o melhor. Mas sabe o que notei dessa lista aí? Nunca pensei
em "boas pessoas" ou "bons sorrisos".
Eu
pareço um urubu carente, que sempre enxerga oportunidades em carnes podres e
sem alma. Por exemplo, sempre que algum desconhecido/quase conhecido vem falar
comigo, vejo a situação como um oportunismo (no caso, da pessoa) ou como um
possível network (no caso, eu sou a interesseira).
Talvez
eu esteja sofrendo um paradoxo da minha vontade: ao invés de crescer, estou
diminuindo na cidade grande.
Por
fim, que a simplicidade se apresente esse ano para me ensinar as boas novas.